Migrações da cortiça na Azaruja

Fotografia da família Sureda. Séc. XX. Azaruja.
Coleção particular Sabina Tique.

Apelidos de migrantes de Azaruja:

Alberti - Aréu - Barba Vásquez - Barranquero - Barregan - Billar - Bosch - Borralho - Brunet y Palau - Bueno - Camps - Carbó - Cid - Corral - Cruz - Delmas - Diaz - Escobero - Feverero - Gamero - Garcia - Gilbert - Girbal - Gomez - Gruart - Lagrifa - Léon - Llach - Llamasarezs - Macarro - Malavila - Márquez - Martimor - Marull - Mestres - Mesas - Monsano - Morino - Orantos - Palet - Panadero -Pasqual - Pérez - Raset - Rodero - Romero - Rúbio - Sanchez - Sentula - Serra - Serrat - Soto - Subidé - Sureda - Tenez - Trias - Vilaret - Villalobos

Localidades de origem dos migrantes
de Azaruja:
51% da Catalunha em itálico.

Agullana - Albuquerque - Arahal - Arenys de Mar - Badajoz - Cáceres - Calonge - Cassà de la Selva - Cidade Rodrigo - Darnius - El Almendro - Figueres - Higuera de la Sierra - Jimena de la Frontera - La Bisbal d’Empordà - La Jonquera - Llagostera - Malaga - Marín - Oliva de la Frontera - Palafrugell - Palamós - Salorino - San Felices de los Gallegos - San Juan de Alicante - San Tomé de Piñeiro - San vVcente de Alcantara - San Feliu de Guixols - Santa Agnès de Solius - Sevilha - Sória - Tossa de Mar - Valverde de Leganés - Vinaròs - Xàbia

A identificação dos apelidos e das terras de proveniência tem resultado do trabalho desenvolvido pela nossa equipa, beneficiando, em grande medida, do contributo do artigo de Pedro Amaral de Carvalho “Subsídios para o estudo genealógico das migrações espanholas no sector corticeiro alentejano - o Caso de Azaruja” Revista Armas e Troféus, 2006.

Fotografia vernacular

Condições de Utilização

O utilizador, ao utilizar a informação aqui disponibilizada — seja ela bibliográfica, documental ou de outra natureza — em redes sociais, sites, artigos, livros, teses, apresentações ou quaisquer outros meios, deve fazer sempre referência expressa ao Centro de Memória da Fábrica Catalã – Associação Cultural.

O Centro de Memória resulta de um exaustivo trabalho de recolha e investigação, que tem permitido reunir importante informação relacionada com o património e a história da Indústria da Cortiça.

Exposição “Ascendência Catalã”

Maria do Carmo Duque — Viagem às Origens

Museu Frei Manuel do Cenáculo, Évora — 2017

Em 2017, Maria do Carmo Duque apresentou no Museu Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, uma exposição fotográfica que nasceu de uma viagem interior e de um regresso.

Depois de 27 anos passados em Paris, a autora voltou a Portugal movida pelo desejo de compreender não apenas as suas próprias raízes, mas também o fenómeno coletivo da migração catalã para Azaruja — uma história profundamente enraizada na vida local, mas em grande parte esquecida.

Durante essa busca, Maria do Carmo Duque deparou-se com vazios na memória coletiva: muitas pessoas em Azaruja conheciam a existência de famílias de origem catalã, mas pouco sabiam sobre quem eram esses migrantes, quantos tinham vindo ou o que os trouxera até ali. O projeto transformou-se, assim, num processo de reconstrução de identidades e de recuperação de laços perdidos.

A investigação revelou a presença e o impacto de famílias catalãs como os Sureda, Gruart, Gibert, Trias, Girbal, Delmas e muitos outros, que se fixaram em Azaruja e fundaram fábricas, criaram negócios e contribuíram para o desenvolvimento económico e social da vila. A influência catalã refletiu-se também nas relações sociais, na gastronomia e nas práticas culturais locais, conferindo a Azaruja um caráter singular no contexto do património corticeiro português.

A exposição veio revelar que outros descendentes destas famílias — como João Paulo Girbal, entre outros — empreendiam, de forma independente, investigações genealógicas e históricas sobre as suas origens. O que antes surgia como um conjunto de iniciativas individuais e dispersas, passou a ganhar sentido coletivo, unindo esforços e memórias em torno de uma história comum.

A mostra constituiu, assim, uma viagem fotográfica entre o íntimo e o coletivo, onde o olhar artístico se cruzou com a investigação histórica, revelando uma herança partilhada e um diálogo entre culturas que continua a marcar a identidade da região.

Folheto da exposição

Imprensa
Galeria

Visita à Catalunha em 2018

A Viagem a Cassà de la Selva — Reencontros e Memórias

Em 2017, a convite de João Paulo Girbal e Ineke Overdijk, realizou-se uma viagem a Cassà de la Selva, em Girona, na Catalunha, com a participação de Maria do Carmo Duque.

Esta deslocação permitiu reencontrar as raízes históricas e humanas de uma comunidade que, há cerca de cento e cinquenta anos, se fixou em Azaruja, deixando uma marca profunda na identidade local e no património corticeiro português.

O que inicialmente se previa ser uma simples viagem de registo patrimonial transformou-se num encontro vivo com pessoas, memórias e afetos. Entre os participantes — Pep, Àngel, Jordi, Agnès, entre outros — emergiu o sentimento de continuidade de uma história comum, transmitida através das gerações.

O interesse e a emoção demonstrados pelos catalães em relação a Azaruja espelham a vitalidade de uma herança que, longe de pertencer apenas ao passado, permanece presente e inspiradora.

Durante a visita, foi possível contactar com uma Catalunha profundamente consciente da sua identidade, onde símbolos como os laços amarelos evocam a defesa da liberdade, da língua e da singularidade cultural.

Em Azaruja, a presença catalã manifestou-se desde cedo nas fábricas, nos negócios, nas relações sociais e até na gastronomia, deixando uma marca indelével no quotidiano e no imaginário coletivo.

Algumas práticas e tradições locais — como o ritual de “enterrar as sardinhas para ver nascer o mar” — poderão ter origem em festividades ibéricas trazidas pelos primeiros migrantes e transformadas pela criatividade da comunidade.

O trabalho de investigação e valorização desta herança tem sido desenvolvido por Jorge A. R. Inverno, João Paulo Girbal, Maria do Carmo Duque e pela Junta de Freguesia de Azaruja, representada por João Leocádio Ricardo.

Este esforço conjunto tem contribuído para reaproximar Azaruja e os territórios catalães, historicamente ligados pela indústria da cortiça e pelas migrações corticeiras.

Assente no reconhecimento de uma memória comum e partilhada, este diálogo entre regiões e pessoas tem o potencial de inspirar novas dinâmicas culturais e sociais, reavivando o espírito empreendedor e comunitário que, no passado, fez de Azaruja uma vila próspera, aberta ao mundo e singular no contexto do património corticeiro ibérico.

Azaruja - 2019

Encontro/relatório de viagem

Encontro com Ramon Font, Ignacio Garcia Pereda, Jorge Gruart, Manel Canudo, António Pepe Martins Duque, Albertina Canelas Pastor Duque, Sabina Tique, João Leocádio RIicardo, Ana Beatriz Cardoso, Maria Angelica Delmas Santana Rocha, Domingos Rocha, Domingos Rocha, Luísa Ferrão, André Delmas, Marta Chaveiro Ricardo, Teresa Chaveiro. Maria do Carmo Duque e João Paulo Girbal relatant aos convidados a viagem à Catalunha.

Galeria

1° edição do Festival Suro em 2022 na Azaruja

Encontros e Diálogo com a Catalunha

O jornalista Ramon Font, fundador da Delegação da Catalunha em Portugal, modera o debate entre a comunidade de Azaruja e a comitiva de Cassà de la Selva, integrada por Àngel e Eloi Madrià, Quim Cadanet, Joan Carles Codolà e Xavier Albertí.

A programação inclui ainda a apresentação da cidade de Cassà de la Selva por Àngel Madrià, diretor da Editorial Gavarres, instituição que tem desempenhado um papel essencial na preservação da memória e da identidade catalãs.

O diálogo entre territórios estende-se também ao campo artístico: a cantora catalã Magalí Sare será artista convidada no concerto de Salvador Sobral, num momento que celebra, através da música, a ligação entre a Catalunha e Azaruja, unindo património, cultura e emoção.

Participação na “Fira del Tap i el Suro” em 2023

A convite do Ajuntament de Cassà de la Selva, Maria do Carmo Duque participa durante a Feira na mesa redonda “Azaruja aldeia dos catalães, Cassenencs percursos de la industria tapera portuguesa” moderada por Ramon Font e Xavier Alberti, com a participação de João Paulo Girbal e João Leocádio Ricardo.
https://www.firadeltap.cat/PDF/2023/

FESTIVAL SURO

SEGUNDA EDIÇÃO

Em 2024 na 2° edição do Festival Suro tiradores portugueses e catalães tiram a cortiça dos sobreiros da Fábrica e partilham gestos e experiências. Fotografias Ignacio Garcia Pereda

Galeria

Conferências dos directores de museus catalães - Silvia Alemany

Silvia Alemany directora do Museu d’Història de San Feliu de Guíxols apresenta o seu Museu.
Fotografia de Ignacio Garcia Pereda

Galeria

Conferências dos directores de museus catalães - Pep Spadalé

O Director do Museu del Suro na sua comunicação fez uma análise crítica do opúsculo de Andrès Camps. Fotografia de Ignacio Garcia Pereda

Galeria

A equipa catalã, vinda à segunda edição do Suro Festival, visita a Casa do Montado em Évora.

Iniciativa de Maria José Delmas Santana (descendente de catalães vindos para Azaruja) e de Andreia Sousa (engenheira florestal).

PEÇAS DO MUSEU DEL SURO

INTEGRAM A EXPOSIÇÃO

"DO FIO À COSTA” -

FACAS CORTICEIRAS

O Museu del Suro envia quatro peças para integrarem a exposição temporária “Do Fio à Costa”: três facas corticeiras do século XIX e um machado da tiragem da cortiça do século XX.