O Festival Suro é bienal e para a realização do seu programa variado, no domínio artístico e cultural, conta com a presença de nomes importantes, de âmbito nacional e internacional.
O festival que agora se inaugurou em 2022 pretende tornar-se um acontecimento regular com incidência nas diferentes práticas artísticas contemporâneas, integrando autores e criadores de reconhecido mérito e que nos convocam para o conhecimento de aspectos importantes do tempo em que vivemos.
O Suro é uma realização da Fábrica Catalã, associação cultural que o concebe, produz e organiza, de acordo com os objectivos programáticos desta associação, que consistem em explorar e reactivar as relações entre território, memória e património corticeiro, articulando essas questões com a arte contemporânea.
Os diversos momentos do Festival Suro decorrem na sede da associação, antigo espaço fabril corticeiro, situado na freguesia rural de São Bento do Mato, em Azaruja.
Propomos a extensão da programação do Suro a outros acontecimentos culturais, para prolongar o espírito da iniciativa nos espaços de atelier/oficina dos artistas/fábrica.
A arte e a cultura são importantes instrumentos no combate ao despovoamento e na valorização do interior. É nesses objectivos hoje tão necessários que a Fábrica Catalã inscreve o seu programa de acção.
O Suro é um festival multidisciplinar, com a ambição de novidade e de contemporaneidade, muito embora nasça de um trabalho da memória, com uma dimensão arqueológica, na medida em que pretende redescobrir e evocar um antigo núcleo da indústria corticeira.
O Festival Suro pretende gerar confronto de ideias sobre questões com as quais estamos confrontados. Questionamos o tempo, o território (e a gestão que dele tem sido feita), as suas contingências e aspirações, as suas características sociológicas e ecológicas, ao mesmo tempo que integramos nessas problemáticas a experiência artística.
Créditos fotográficos: André Cruz
A Primeira edição do FESTIVAL SURO foi co-organizada com a Câmara Municipal de Évora , teve o apoio financeiro da Fundação La Caixa, da Câmara Municipal de Évora, da Fundação Eugénio de Almeida, do Turismo do Alentejo, da Junta de Freguesia de São Bento do Mato, da Associação Ser Mulher, da Assoicação de História GREC, da Granaz, e de privados. O apoio do Musel del Suro, da Apcor, o patrocínio do Monte da Bonança, Gin Neighbours e de Rosado e Filhos.
Créditos fotográficos: @André Cruz
Exposições de arte contemporânea
Susana Pires - “SEM TÍTULO”
Pedro Calhau - “QUID PRO QUO”
Sebastião Resende - “OS DIAS QUE NUNCA EXISTIRAM”
Filipa Farraia - “SEM TÍTULO”
Mónica Capucho - “REGENERATING”
Inês Teles - "A DERME EM TERRENOS CONJUNTOS"
Paulo Scavulo - “FALA VERDADE QUEM DIZ SOMBRA”
Alexandra Ferreira - “SEM TÍTULO”
Concerto - SALVADOR SOBRAL
Conversas e conferências
A PAISAGEM, VISTA DE LONGE E DE PERTO
Conversa sobre a paisagem com: António Marques, António Guerreiro e Raul Cerveira Lima
É sabido como a palavra "paisagem" serviu, originariamente, no Renascimento, para referir um género de pintura. Desse modo, o termo indicava não a paisagem real, mas a sua representação. O conceito de paisagem é assim, originariamente, um conceito estético que nos convida a pensar a relação entre natureza e cultura e, respondendo a preocupações muito atuais que afetam também gravemente a paisagem alentejana, entre estética e ecologia.
Ignacio García Pereda, investigador da Universidade de Lisboa, apresenta o seu livro "Tiradores"/ “Sacadores de Corcho” editado pela Euronatura.
Com a participação do investigador Manel Canudo e de Eloi Madrià tirador catalão de Cassà de la Selva.
Angel Madrià, diretor da Editorial Gavarres de Cassà de la Selva na Catalunha.
Apresenta a cidade de Cassà, proveniência de muitos catalães vindos para Azaruja trabalhar na indústria corticeira em meados do séc. XIX.
Rámon Font foi représentante da Catalunha em Portugal, diretor-geral da TVE na Catalunha e correspondente da televisão espanhola em Lisboa.
Anima a conversa dos representantes da cidade de Cassà de la Selva, com os descendentes de catalães vindos para Azaruja, trabalhar na indústria corticeira, vindos de: Cassà, San Feliu de Guixols, Palafrugell, e 18 outras cidades da Girona no século XIX (no total, passaram ou fixaram-se em Azaruja, migrantes vindos de 35 localidades espanholas.

