Festival Suro, 2022
Acervo Fábrica Catalã
Inês Teles
A derme em terrenos conjuntos
"O trabalho de Inês Teles (Évora – Portugal, 1986) começa na pintura, a partir da investigação de duas dimensões fundamentais: matéria e perceção. Sobre essas duas dimensões o trabalho da artista desenvolve-se como um continum, num movimento que avança de uma obra para a seguinte, para colocar em evidência as descobertas inerentes à pesquisa que lhes dá as qualidades plásticas que apresentam.
É um imprevisível sem-fim que, por isso, toma muitas formas e muitas escalas distintas. É nessa medida que a escultura marca também presença no trabalho de Teles, primeiro, como uma extensão do exercício pictórico, depois, como evidência de uma preocupação com a relação da escala do corpo e com a ocupação do espaço que tem, com o tempo, vindo a tomar um lugar mais recorrente no trabalho da artista. Contudo, as fronteiras que separam a pintura da escultura, no seu trabalho, mantêm-se muito ténues, pelo que as obras devem ser compreendidas como parte de um único jogo compreensivo. O que importa, fundamentalmente, é a transmutação material e percetiva que o orienta e essa é a pedra-de-toque não apenas para a compreensão da sua obra como um todo, mas de cada uma das obras que a compõem."
Maria Joana Vilela
BIO
Inês Teles (Évora, 1986) vive e trabalha em Lisboa. Expõe o seu trabalho em contexto nacional e internacional. Concluiu a pós-graduação na Byam Shaw, CSM e o mestrado na Slade School of Fine Art - UCL, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Atualmente é bolseira da FCT, no programa de doutoramento em Escultura na FBAUL e é colaboradora do centro de investigação Vicarte.
Participou em várias exposições como (2021) TIERRA A LA VISTA. Un paisaje de formas encontradas, curadoria de David Barro, na galeria PONCE+ROBLES, Madrid (ES); (2018) Vindauga-olho de vento, curadoria de Hugo Dinis, Sala 117, Porto, PT; Variations portugaises, Centre d’art de Meymac, curadoria de Caroline Bissière e Jean-Paul Blanchet, FR; (2016) Múltiplos, The Drawing Center, Nova Iorque, EUA; (2015) Descontorno, Casa de Burgos, curadoria de João Pinharanda, Évora, PT; Em 2018 entrou no 11.º Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, na 6.ª Biennale JCE 2017-19 e no programa curatorial de arte pública de Gabriela Raposo, “10.10.10 Arte entre cidades”, Alenquer. Em 2019 foi selecionada para o Prémio Internacional Fundación Maria José Jove 2019, Corunha, ES e obteve o Apoio a Projetos - Criação, da Direção-Geral das Artes para a intervenção pública Walk the curve, um projecto em co-autoria com Ayelen Peressini.
A sua obra está presente em colecções particulares em Portugal, França, Reino Unido, Espanha, Chile e EUA; Colecção da Oliva Creative Factory, São João da Madeira, PT; National Gallery of Budapest, HU; Colecção Museu da Carris, PT; Colecção Fernando Ribeiro, PT; Colecção Joaquim Ferro, PT; Colecção Fundación DIDAC, ES;